Autismo leve: o que precisamos saber

Os autistas não são todos iguais. Há várias formas do transtorno, com diferentes sintomas e níveis. Por isso, falamos em transtorno do espectro autista (TEA). Uma dessas formas é a síndrome de Asperger, também chamada autismo leve.

Como é o autismo leve

Um autista leve tem várias diferenças notáveis para um autista clássico. Normalmente, não apresenta problemas na fala, nem comportamento agressivo. Além disso, tem a inteligência preservada, sendo por isso também chamado autista de alto funcionamento. Dessa forma, consegue ter uma vida normal, e consegue sua independência com mais facilidade.

Vale ainda destacar que 10% dos autistas leves possuem também a síndrome de Savant. É uma condição na qual se mostram grandes talentos e habilidades intelectuais.

Então, o que há de “anormal”? Uma pessoa com autismo leve pode ter dificuldade com símbolos, palavras de duplo sentido e sinais não verbais (sem uso de palavras). Tem rotinas rígidas, repete comportamentos e demonstra interesse em um ou mais determinados temas repetidas vezes.

A vida do autista leve

Apesar de poder ter uma vida parecida com a de uma pessoa sem transtornos, o autista leve tem seus desafios diários. O principal deles é a interação com outras pessoas. Vamos lembrar, as marcas do autismo são alterações na comunicação social e repetição no comportamento.

Essas repetições podem estar em movimentos, como sacudir as mãos em casos de ansiedade. Podem também estar em falas ou frases, a chamada ecolalia.

Há ainda outros sinais. Os autistas leves podem não ver maldade nas pessoas e não serem abertos a mudanças. Podem ter alterações sensoriais, como não conseguir olhar no olho dos outros. É comum ainda não conseguirem prestar atenção nas coisas, devido ao hiperfoco em um assunto em especial.

Mas o maior desafio está ligado à interpretação. Um autista leve pode não entender bem as emoções alheias nem conseguir expressar as próprias. Pode entender o que se diz literalmente, não conseguindo entender uma metáfora, piada ou ironia. E tem um pensamento concreto, isto é, focado no real e não no imaginário. Assim, fica difícil se aproximar de certas pessoas e suportar sua presença, bem como agir da forma considerada normal.

É importante descobrir

Para que a vida do autista seja o mais normal possível, é melhor que o tratamento comece logo cedo. E, para iniciá-lo, é fundamental ter um diagnóstico.

É justamente por não ter tantas limitações quanto no autismo clássico que esse diagnóstico pode demorar. Afinal, outras pessoas podem achar que a resistência à interação social e ao contato físico é apenas timidez. E isso pode fazer com que a pessoa seja ou se sinta excluída da sociedade. Até mesmo ansiedade, depressão, TOC e síndrome do pânico podem aparecer.

Por isso, o ideal é que a família observe os sinais ainda na infância. Se a criança tiver comportamentos incomuns ou ficar muito tempo sozinha, é hora de procurar o especialista.

O pediatra é muitas vezes o responsável pelo diagnóstico, por acompanhar a criança desde os primeiros dias de vida. Pode encaminhá-la para o neuropediatra ou psiquiatra infantil. Durante a consulta médica, os pais ou responsáveis devem contar ao profissional tudo que observam de diferente na vida da criança em geral.

Mas a descoberta ainda pode vir já na fase adulta. É como diz o ditado: antes tarde do que nunca. Nesse caso, pedir ajuda do psicólogo ou do psiquiatra é forma comum de se descobrir o transtorno.

Descoberto o TEA, começa a terapia. Uma forma conhecida é a análise aplicada do comportamento (ABA, na sigla em inglês). Além dela, há outras formas de terapia que podem ajudar a melhorar as habilidades de comunicação e interação social. O psicólogo pode ter auxílio de outros profissionais, como o fonoaudiólogo.

Você não está só. Seja qual for o seu caso, conte com a UNIICA!

Fontes de referência: VivaBem, Hospital Israelita Albert Einstein, Tua Saúde (1) (2), NeuroConecta

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