Não é novidade que os jogos eletrônicos são um vício de muita gente. Um público que merece destaque são os adolescentes. O Instituto de Psicologia da USP fez uma pesquisa com mais de 7,5 mil estudantes, a maioria entre 12 e 14 anos. Desse grupo, 85% jogam videogames e 28% atingiram os critérios para o transtorno de jogo pela internet (TJI).
Em 2022, a OMS incluiu o TJI na nova Classificação Internacional de Doenças, a CID-11. Trata-se de um subtipo do transtorno do jogo (TJ), que já aparecia na versão anterior, a CID-10. Mas como podemos identificar que o jogo eletrônico virou um problema?
Não existem critérios absolutos para definir o transtorno. O limite não é igual para todos. É necessário examinar outras questões além do tempo de uso.
Por exemplo, o risco pode ter ligação com a genética. É preciso ver se na família do adolescente há problemas como brigas, violência ou abandono. Isso o torna ainda mais vulnerável. E, por consequência, diminui o tempo ideal nos jogos.
Sinais do excesso de jogos
Perda de interesse: a pessoa já não tem vontade de fazer atividades que antes davam prazer. Não quer fazer esportes e outros hobbies, nem se juntar com a família. Quer só ficar grudada na tela da televisão, computador ou celular.
Queda no desempenho: é preciso ver se, além do interesse, caiu a qualidade nas atividades cotidianas. Observar se o rendimento diminuiu nos trabalhos escolares, lições de casa e atividades especiais, como artes e esportes.
Irritação fácil: veja se a criança ou adolescente se sente mal quando você pede que ele se afaste do jogo. Se ele ficar triste, irritado ou frustrado, pode ser sinal de que ele passa tempo demais jogando.
Acordar cansado: é comum os adolescentes passarem a madrugada no jogo. Demonstrar cansaço ao acordar pode ser um sinal disso.
Como evitar o excesso de videogames
Nos primeiros anos de vida: crianças até 3 anos devem ficar longe de telas. Especialistas dizem que isso pode ser ruim para o desenvolvimento.
Supervisão e tempo ideal: dos 4 aos 6 anos, até 1 hora de videogame não faz mal, desde que observada pelos pais ou responsáveis. Dos 6 aos 10 anos, já se pode dar mais liberdade, mas o tempo ideal ainda é até 1 hora. Já dos 11 aos 14, são aceitáveis até 2 horas. E, no fim da adolescência, até 3 horas.
Controle dos pais ou responsáveis: existem aplicativos de controle que podem evitar o excesso. Um exemplo é o Google Family Link. Por meio dele, os pais ou responsáveis podem vincular suas contas às das crianças e adolescentes. Dessa forma, é possível controlar o tempo de acesso, além de filtrar aplicativos por idade.
Conversa tranquila: nada de contrariar, usar violência ou palavras muito fortes. Lembre-se: uma das razões do uso dos jogos é a busca por alívio dos problemas da vida.
Vida harmoniosa: viva em paz com sua criança ou adolescente, e mostre que há outras formas de se passar o tempo além dos jogos. E, se nada funcionar, procure ajuda de um profissional.
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Fontes de referência: VivaBem (1) (2), Psiqcurso, OPAS, MyMob