O que é a Síndrome do Pânico e como tratar?

Síndrome do Pânico

Ansiedade é definida como sendo um medo intenso ou desespero que algo ruim e inesperado aconteça. O indivíduo sente medo de perder o controle, de enlouquecer e/ou vir a ter um ataque do coração. A síndrome do pânico está classificada como um subtipo do transtorno de ansiedade e apresenta características próprias.

O transtorno de ansiedade do tipo pânico acomete 5% da população ao longo da vida, inicia-se na adolescência e na fase de adulto jovem, é mais frequente em mulheres, tem fatores genéticos/hereditários associados e pode apresentar outros fatores causais desencadeantes como o estresse, perda de familiar e traumas (abusos, vítima de assalto, de acidente de carro, etc.

Quanto ao funcionamento cerebral, existe uma disfunção no sistema de neurotransmissão cerebral, principalmente através do envolvimento da serotonina e GABA. Caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos muito intensos e breves (cerca de 15 minutos de duração). Pode ainda ocorrer sensação de morte iminente; presença de sintomas físicos como taquicardia/palpitação, sensação de falta de ar, de aperto no peito, de fechamento da passagem de ar pela traqueia/garganta, sudorese de mãos, pés e cabeça, tontura, mal estar e até desmaio conforme a intensidade do quadro.

Esta ansiedade pode ou não ser acompanhada por agorafobia. Ela é caracterizada por indivíduos que se sentem ansiosos em locais públicos e com aglomerados de pessoas. Como, por exemplo dentro de estádios de futebol, supermercados, igrejas, shopping center, etc.

O diagnóstico se determina através da entrevista inicial com o paciente no consultório médico. É muito comum o paciente já ter procurado serviços de atendimento médico emergencial para afastar doenças cardiovasculares e neurológicas. Os resultados dos exames complementares, na maioria das vezes, apresentam normalidades. Eventualmente pode mostrar-se com pequenas alterações, porém injustificáveis frente aos sintomas apresentados.

O tratamento exige o acompanhamento inicial em serviço de psicologia, com a realização de psicoterapia semanal, com profissionais que atuem preferencialmente com terapia cognitivo-comportamental. Conforme a intensidade e frequência dos sintomas poderá ser necessário o uso de medicações. Elas visam regular o sistema de neurotransmissão cerebral. As principais classes medicamentosas utilizadas são os antidepressivos serotoninérgicos e os benzodiazepínicos. Existe possibilidade de controle dos sintomas de forma integral.

O tratamento requer acompanhamento regular avaliando a possibilidade futura de retirada das medicações. Importante salientar que este tipo de ansiedade tem tratamento e deve ser controlado. Ela tende a diminuir com o envelhecer e com a maior experiência do paciente em identificar os sintomas ansiosos e conseguir controlar através de técnicas de respiração e ocupação.

Dr. João Luiz da Fonseca Martins é psiquiatra e responsável técnico da clínica psiquiátrica UNIICA – Unidade Intermediária de Crise e Apoio à Vida.

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