A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Mas os efeitos desse diagnóstico não se limitam ao coração. O impacto emocional de viver com uma condição crônica, que exige tratamento contínuo e mudanças no estilo de vida, também pode afetar a saúde mental.
Segundo o Professor Doutor Francisco Maia da Silva, cardiologista da Santa Casa de Curitiba, o diagnóstico de hipertensão deve ser tratado com seriedade: “O diagnóstico de hipertensão trabalha em um diagnóstico muito sério, sério e difícil. E uma vez o paciente diagnosticado como hipertenso, o tratamento é a vida toda.” Essa afirmação já revela o peso emocional que muitas pessoas sentem ao receber esse tipo de diagnóstico. O comprometimento com o cuidado contínuo, o medo de complicações e a necessidade de monitoramento frequente podem despertar sentimentos de ansiedade e insegurança.
Além disso, o tratamento da hipertensão é altamente individualizado e exige atenção constante, como explica o especialista: “Hoje o tratamento da hipertensão é um tratamento personalizado, então não existe um protocolo único. Nós individualizamos o tratamento.”
Essa necessidade de adaptação contínua da rotina, da alimentação e até da prática de atividades físicas, somada ao uso prolongado de medicamentos, pode ser desafiadora para muitos pacientes, especialmente aqueles que já lidam com estresse ou sintomas de depressão.
Outro ponto importante destacado por Dr. Francisco é o fato de que a hipertensão, muitas vezes, é silenciosa: “Tem aqueles pacientes que são assintomáticos, isto é, a pressão não tem nenhum sintoma. Isso é o mais perigoso.”
Essa ausência de sintomas visíveis pode gerar um estado de vigilância constante no paciente, especialmente nos que já têm tendência à ansiedade, pois nunca sabem quando a pressão pode subir ou causar danos.
Além dos riscos cardíacos, a pressão alta também afeta outros órgãos, como os rins e o cérebro. “Ele vai desenvolver uma instância cardíaca, pode desenvolver uma arritmia chamada fibrilação atrial. Vai espessando as artérias e aumentando o risco de derrame. E vai alterar principalmente o funcionamento do rim, levando à insuficiência renal.”
Com esses riscos, cuidar da saúde emocional torna-se parte essencial do controle da hipertensão. Práticas como atividade física regular, acompanhamento psicológico, alimentação equilibrada e rotina de sono adequada são aliadas tanto do coração quanto da mente.
Dr. Francisco reforça a importância das consultas periódicas: “A consulta do hipertenso com cardiologista, o paciente estabilizado, é interessante pelo menos a cada seis meses. […] A consulta periódica nos pacientes estabilizados deve ser de três meses.”
Esse cuidado constante não é apenas clínico, é também um espaço para acolher o paciente, esclarecer dúvidas e reduzir a ansiedade em torno do tratamento.
Afinal, como resume o médico, a hipertensão exige um compromisso contínuo com a saúde:“Não é tratar diferente de uma gripe, uma semana, ou uma gastrite ou uma úlcera de quatro semanas, mas o tratamento é contínuo.”
E para que o sucesso desse compromisso seja garantido, é fundamental cuidar não apenas do físico, mas também do emocional.