Síndrome de burnout: você já leu ou ouviu essa expressão nas redes sociais e internet em geral? Esse é o tema de mais um Bate-Papo Saúde, disponível no canal da ISCMC no YouTube. Também chamada síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional causado por situações de trabalho que geram desgaste.
A Dr.ª Beatriz Rosa é psiquiatra da UNIICA. Ela explica no vídeo que o termo inglês burnout tem o significado original de combustão, queima total. “É aquilo que se foi, que se esgotou, e não há mais nada ali para gerar combustível, energia. Basicamente, a palavra significa isso, e é muito semelhante à síndrome”, diz.
Sintomas físicos e mentais
Segundo a médica, a síndrome se apresenta primeiro com o esgotamento emocional e físico. “No esgotamento emocional, a pessoa vai apresentar um cansaço mental, uma falta de vontade, de motivação. Pode ter crises de ansiedade, diminuição ou aumento do sono”, explica.
E acrescenta: “O que a pessoa fazia antes, tinha prazer antes de começar a ter os sintomas da síndrome, começa a não fazer. Não tem motivação. Vai do trabalho a ir à casa de uma amiga, a um passeio. Não tem mais energia emocional, não tem mais vontade nem capacidade de sentir prazer e fazer coisas que fazia no dia a dia.”
Como sinais físicos, a Dr.ª Beatriz traz como exemplos a enxaqueca, as dores de cabeça e as dores musculares. “O paciente geralmente relata que acorda ‘moído’, como eles falam. Muito cansaço”, conta ela.
E continua: “O corpo em si também está esgotado. Entre outros [sintomas], pode ter questões visuais, labirintite. Então a parte física demanda também atenção, porque às vezes começa com esses sintomas físicos, depois passa para os emocionais, e vice-versa. Mas, basicamente, a síndrome de burnout é esse esgotamento físico e mental. E, classicamente, você vai notar esses sintomas logo que começarem, porque fica muito fora da sua normalidade.”
Há ainda outros sintomas que merecem destaque. Entre os mentais, temos agressividade, irritação fácil, dificuldade de concentração, pessimismo e falhas de memória. Já os físicos envolvem suor em excesso, pressão alta e crises de asma.
As causas
A médica explica que, para que haja burnout, é preciso haver correlação entre o que a pessoa sente e o ambiente de trabalho. Segundo ela, para diagnosticar a síndrome, o médico precisa investigar o ambiente. “Não digo necessariamente o ambiente físico, mas o ambiente total. A estrutura de trabalho, as horas e pós-horas de trabalho”, descreve.
Ela ainda comenta trabalhos que envolvem viagens e deslocamentos, como o dos fotógrafos. “Na verdade, não há relação com o ambiente, e sim com a forma como a pessoa lida com as questões do trabalho”, explica.
Um exemplo que a profissional traz é uma pessoa em regime CLT. Ela conta que as horas extras diárias diminuem o tempo de sono e de lazer. E isso pode desencadear a síndrome.
A Dr.ª Beatriz fala também de uma pessoa autônoma. “Não tem chefia, não é registrada. Porém, leva trabalho para casa, fica noites no computador, gerando a própria empresa. Isso também pode levar à síndrome”, explica.
Como evitar
Para começar, é importante pensar no que nossa médica diz: hoje em dia, temos um desejo de abraçar o mundo. Assim, definimos metas que não conseguimos atingir.
Pensando nisso, uma dica que ela dá é que a empresa tem seu papel na prevenção. É necessário limitar o horário de trabalho, tanto para funcionários quanto para chefes. Também é preciso que haja um limite na comunicação fora do trabalho – mensagens, e-mails – algo que é cada vez mais comum.
O tratamento
Segundo a Dr.ª Beatriz, tudo depende do grau da síndrome. “Muitas vezes, o paciente vem com esgotamento leve e que ainda não traz prejuízos pessoais. E a gente consegue melhorar só com mudança ambiental, mudando a forma como ele gere a vida profissional”, explica ela.
No entanto, conta ela, algumas pessoas têm sintomas mais graves: tristeza sem motivo, humor deprimido, falta de vontade e prazer. “Já seria adequado entrar com antidepressivos, os remédios de primeira escolha”, diz.
Se acredita estar com algum sintoma, leve ou grave, conte com a UNIICA!
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Fontes de referência: Ministério da Saúde, Drauzio Varella