Autoestima é um conceito bastante difundido sobre o qual quase todo mundo já ouviu a respeito. É temafrequente em programas de televisão, capas de revista e livros de autoajuda. Mas, embora muito se fale, poucose entende. De forma geral é sabido apenas que autoestima pode ser alta ou baixa e refere-se ao valor que uma pessoa dá a si própria.
Quando se fala em autoestima baixa ou alta até parece ter relação com alguma taxa hormonal, vitamina ou atémesmo uma substancia aplicada por injeção. Mas afinal, o que representa e no que implica a autoestima? Ondeencontrá-la? Todo indivíduo que se sabe humano pensa algo sobre si próprio, desenvolve crenças e as fortalece com o passardos anos, alimenta algum tipo de afetivo por si… Esse conjunto de ideias e sentimentos autodirecionados ésomado e resulta naquilo que se chama autoestima, ou seja, o ponto de partida é interno. Dentre alguns aspectos que impactam na qualidade da autoestima estão autoaceitação, autoconceito e autoimagem.
A autoaceitação corresponde à aceitação das próprias condições de vida, potencialidades e limitações,basicamente é quando o indivíduo se aceita como é, conhece seus defeitos e suas virtudes e lida bem com ambos. Já aquilo que se pensa a respeito de si próprio define-se por autoconceito, que de forma direta respondea pergunta: “Quem sou eu?”. A imagem que as pessoas fazem de si, a forma como se avaliam descritivamenterepresenta a autoimagem, conceito que responde a pergunta: “Como sou?”.
Normalmente o nível de autoestima é alto quando esses aspectos resultam em uma avaliação positiva. Em contrapartida, quando a pessoa não os avalia de forma positiva, a autoestima é considerada baixa.
É possível durante todo o ciclo vital melhorar a autoestima de diversas maneiras: resignificando autoavaliações negativas, focando e ampliando as experiências positivas e desenvolvendo as potencialidades, e embora possa ser impactada por experiências externas (como a opinião de outros), a autoestima desenvolve-se no interior de cada indivíduo e isso não acontece de forma passiva – É preciso duvidar das crenças limitadoras.
Para elevar a estima por si mesmo é preciso ter criatividade, vontade e determinação como em qualquer processo de mudança, porém não é tarefa tão árdua quando se pensa que a cada dia surgem diversas oportunidades para isso. Pequenas mudanças na forma de se autoavaliar já podem surtir bons resultados, deixar de lado a autocobrança e valorizar as conquistas do dia a dia já contam pontos nesse objetivo.
A autoestima não é uma pílula que se compra em farmácia, é resultado de um conjunto de intenções que se desenvolvem positivamente, e o ponto de partida (e também o de chegada!) está naquilo que chamam de primeiro amor: o amor próprio.
*Yara Luiza Moreira Braguinia é psicóloga da clínica psiquiátrica UNIICA